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sábado, 9 de junho de 2012

Não torture a velha.


Se eu gritar socorro nem mesmo tu suportarás tranquilo.
Se eu cair de joelhos na tua frente e confessar-te o quanto te preciso, não posso lhe garantir quando poderei caminhar novamente.
Se você me carregasse no colo você morreria de dor.
Sei que falas que quer provar também as minhas lágrimas, como gosto de lamber as suas (elas dão um toque adocicado ao terrível sabor das minhas), mas você não sabe como são venenosas as gotas que escorrem pela minha face e amargam-me os lábios.
Tu não entendes coisa alguma do que se passa ou se entende esse teu sorrisinho quente não passa de medonho sadismo.
Tu não sabes o que fala quando não me dizes nada e nem tem ideia do efeito que me causa colocar-me rendido e bem criado logo abaixo dos teus pés. Então eu grito para que o desespero se mantenha distante, pois sei que alguém histérico não entraria jamais pelas portas do teu céu.
Essa minha vida de coisinha miserável pode até ser saudável para as páginas que sangram tinta e poesia com uma fluidez de cachoeira, mas tenha pena dessas pobres senhorinhas que estão ali se balançando com olhos de quem não sabe mais o que fala. Chega mais perto delas, se suas pernas não caírem talvez lhe deem colo. Elas querem saber teu nome. O nome delas é Lucidez, Calma e Paixão (que possuída por uma legião de mil demônios insiste em dizer que seu nome é Sofrimento).  
- Não tente antecipar-se.
- Não pretenda compreender aquilo nem mesmo eu sei o que é.

(mas me abraça mesmo assim que um dia essa tempestade toda ainda há de engolir a minha vida.)

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