Crack! Pude ouvir o racho do meu coração.
Não era o primeiro, portanto, o som não me foi tão perturbador como outrora fora. Me preocupava apenas um único fato: Já havia escutado tantos rachos como aquele, que me espantava o tamanho de meu coração. Como era possível haver tanto para quebrar?
Pensei que talvez os danos já estivessem se alastrando por minha alma; talvez eu estivesse quebrando inteiro.
Seria possível um homem ser tão despedaçado ao ponto de transformar-se em pó?
“Não seria tão ruim ser pó” – Pensei – “Eu seria leve. Sutil, até. Eu poderia me separar em tantos pedaços, que não custaria a ninguém manter uma parte de mim junto de si!”.
Somos sempre tão espaçosos! Queremos mais e mais! Queremos ocupar até mesmo os lugares que não são nossos. Se fossemos um jogo como aqueles que as crianças utilizam para desenvolver o raciocínio, onde elas tem que encaixar a forma certa no lugar certo, seríamos a estrela que se recusa a sair do lugar do quadrado. Pensando bem, talvez sejamos a criança teimosa que insiste em colocar a forma errada no lugar errado.
Crianças ou estrelas, somos contrários e contrariados; pelo menos eu sou. Mas, se eu virasse pó, a forma não seria mais problema. Pó é pó em qualquer lugar; é, inclusive, muito mais autônomo! Ninguém diz que o pó tem forma de estrela, mas sim, que a estrela está cheia de pó. É como não ser nada, mas guardar em si a capacidade para tornar-se tudo.
Se pensarmos bem, deve ser até gostoso ser reduzido a esse nada que, ao mesmo tempo, é tudo. Seríamos leves o bastante para sermos livres. Voaríamos com o vento!
Chega a ser irônico. Se eu fosse pó, eu seria tão grande que estaria em todos os lugares. Deixaria um pedacinho mínimo de mim em cada lugar do mundo. O resto dividiria entre as pessoas. Seria tão enorme que as pessoas sequer perceberiam.
“Isso explicaria muita coisa. Sofremos tantos danos ao longo de nossa vida, que penso que seja essa a sua função: Lapidar-nos assim como o mar transforma as rochas em areia.” – Pensava eu enquanto me desfazia da cabeça aos pés. Eu sumi. Sumi como poeira ao vento perdida na cidade.
Não era o primeiro, portanto, o som não me foi tão perturbador como outrora fora. Me preocupava apenas um único fato: Já havia escutado tantos rachos como aquele, que me espantava o tamanho de meu coração. Como era possível haver tanto para quebrar?
Pensei que talvez os danos já estivessem se alastrando por minha alma; talvez eu estivesse quebrando inteiro.
Seria possível um homem ser tão despedaçado ao ponto de transformar-se em pó?
“Não seria tão ruim ser pó” – Pensei – “Eu seria leve. Sutil, até. Eu poderia me separar em tantos pedaços, que não custaria a ninguém manter uma parte de mim junto de si!”.
Somos sempre tão espaçosos! Queremos mais e mais! Queremos ocupar até mesmo os lugares que não são nossos. Se fossemos um jogo como aqueles que as crianças utilizam para desenvolver o raciocínio, onde elas tem que encaixar a forma certa no lugar certo, seríamos a estrela que se recusa a sair do lugar do quadrado. Pensando bem, talvez sejamos a criança teimosa que insiste em colocar a forma errada no lugar errado.
Crianças ou estrelas, somos contrários e contrariados; pelo menos eu sou. Mas, se eu virasse pó, a forma não seria mais problema. Pó é pó em qualquer lugar; é, inclusive, muito mais autônomo! Ninguém diz que o pó tem forma de estrela, mas sim, que a estrela está cheia de pó. É como não ser nada, mas guardar em si a capacidade para tornar-se tudo.
Se pensarmos bem, deve ser até gostoso ser reduzido a esse nada que, ao mesmo tempo, é tudo. Seríamos leves o bastante para sermos livres. Voaríamos com o vento!
Chega a ser irônico. Se eu fosse pó, eu seria tão grande que estaria em todos os lugares. Deixaria um pedacinho mínimo de mim em cada lugar do mundo. O resto dividiria entre as pessoas. Seria tão enorme que as pessoas sequer perceberiam.
“Isso explicaria muita coisa. Sofremos tantos danos ao longo de nossa vida, que penso que seja essa a sua função: Lapidar-nos assim como o mar transforma as rochas em areia.” – Pensava eu enquanto me desfazia da cabeça aos pés. Eu sumi. Sumi como poeira ao vento perdida na cidade.
Foto por: Tuane Eggers